Como fazer viagens baratas | Guia completo

Como fazer viagens baratas

Há ainda quem pense que não é possível fazer viagens baratas e que é preciso ter um salário avultado ou ganhar algum prémio para poder concretizar o desejo de viajar. É certo que sem dinheiro será um objetivo difícil de alcançar e também é certo que, nalguns casos, é preciso poupar e abdicar de alguns “mimos” mas, se a vontade de ir é mais forte, esses sacrifícios vão parecer insignificantes quando chega o dia da partida. Contudo, fazer viagens baratas implica algum planeamento e seguir alguns critérios. Neste artigo digo-vos como fazer viagens baratas, através de 8 dicas infalíveis.

Tudo o que deves saber sobre como fazer viagens baratas

01. Escolher as épocas baixas

Procura viajar nas épocas baixas ou fora de semanas/dias de festa do destino que pretende. Ou seja, convém evitar as épocas de maior afluência a um determinado local. Considero que, no geral, os melhores períodos para se viajar se situam de setembro a novembro e de fevereiro a abril, não querendo com isto afirmar que não é possível viajar barato noutras alturas do ano mas, por norma, os preços dos voos e alojamento são mais elevados.

02. Marcar com antecedência

Fazer viagens baratas implica planeamento. O ideal, tanto para voos como para alojamento, é marcar com cerca de 2 meses de antecedência, quanto mais próximo da data pretendida, mais os preços aumentam, salvo algumas promoções de última hora.

03. Reservar voos e alojamento pela internet

Deste modo, poderás pesquisar calmamente um alojamento da sua preferência (consultar imagens, serviços incluídos, preços, críticas, etc.) e “jogar” com as datas dos voos para que a sua viagem saia a um preço mais vantajoso.

Como se faz isso?

Voo:
Pesquisar nas várias companhias low cost a operar em Portugal, ou no Momondo, dentro das datas em que tem disponibilidade, quais os preços mais acessíveis. Às vezes é uma questão de mudar apenas um dia ou de semana para os preços diminuírem ou aumentarem drasticamente.

Por norma, viagens ao fim-de-semana ficam sempre mais caras. Compra as tuas viagens sempre diretamente no site da companhia aérea em questão, assim poupas nas taxas que outros sites podem cobrar.

Alojamento:
Salvo algumas exceções reservo sempre o alojamento via Booking ou Hostelworld e quase sempre escolho um hostel (pode optar-se por quartos privados ou dormitórios).

Ficar num hostel, principalmente tratando-se de um quarto privado, pode até nem ficar mais barato que um hotel mas, a maior parte deles, tem uma grande vantagem: uma cozinha partilhada. Esta opção irá diminuir em muito os custos de uma viagem: comer fora todos os dias fica muito caro, além de que muitas vezes se perde imenso tempo a escolher onde comer e o que comer. As cozinhas partilhadas têm sempre ao dispor frigorífico, utensílios de cozinha e fogão/micro-ondas/forno, alguns disponibilizam também temperos/açúcar/óleo/azeite, etc.

  • Dependendo dos serviços que o hostel disponibiliza, o pequeno-almoço pode estar ou não incluído mas, quando não está, não compensa pagar pois costuma ser caro relativamente ao que oferece; mais vale ir ao supermercado e prepararmos o nosso próprio pequeno-almoço.
  • Outro serviço importante é a sala para bagagem para guardar as malas, que será útil caso chegues ao hotel antes da hora de check-in ou quando o voo de regresso é muito depois da hora de check-out, para não teres de transportar contigo toda a bagagem durante o dia.
  • Deverás certificar-te também se o alojamento tem lençóis e toalhas incluídos ou se é preciso pagar uma taxa adicional para usufruir dos mesmos. Normalmente os lençóis estão incluídos mas as toalhas às vezes não, sendo necessário pagar uma pequena taxa se não quiseres levar uma contigo. Quanto às casas de banho, a maior parte das vezes são partilhadas.
  • Verificar a proximidade do alojamento ao centro da cidade é um dos aspetos mais importantes a ter em conta. É claro que a localização inflaciona o preço, quanto mais central mais caro mas como se costuma dizer “tempo é dinheiro” e levar horas para chegar ao centro da cidade não é uma boa opção para quem quiser rentabilizar ao máximo a estadia num determinado local. Por isso, há que ser razoável e se possível não ficar na periferia, no entanto também não é necessário ficar na rua principal, basta que os acessos ao centro sejam fáceis e rápidos a pé ou de transporte público. Pode ver-se facilmente através do Google Maps se existem estações de metro ou paragens de autocarro nas proximidades.
  • Atenção às “ratoeiras”! Verifica sempre se não existem taxas adicionais (por exemplo taxa de limpeza) referidas discretamente nas observações/condições do alojamento. Nalgumas cidades, por imposição legal, é cobrada uma taxa de turismo por pessoa e por noite.
  • Aconselho reunir o maior número possível de informações sobre o alojamento para que possas desfrutar de todas as comodidades sem surpresas, tendo em conta a avaliação dada ao alojamento e as críticas de quem lá esteve. O TripAdvisor dá uma boa ajuda.

04. Transfers

Muitos dos aeroportos que operam com companhias low cost são afastados do centro da cidade, sendo que nalguns casos convém adquirir um bilhete numa empresa que efetue a ligação direta do aeroporto ao centro da cidade.

Por vezes esta opção não é a mais económica mas acaba por compensar por ser um meio mais cómodo, rápido e menos confuso comparativamente ao transporte público, nomeadamente o autocarro. Nos aeroportos com paragem de metro, utilizo sempre este meio para me deslocar para o centro da cidade pois fica sempre mais barato e é rápido.

Convém assim averiguar antecipadamente os meios de transporte disponíveis no local de modo a optar pelo meio mais vantajoso (os sites dos aeroportos costumam ter esta informação).

05. Guias de viagem

É certo que na internet existem variadíssimos conteúdos sobre os quatro cantos do mundo, com todas as informações necessárias para conhecer um determinado local mas, pessoalmente, gosto de levar comigo um guia.

Costumo comprar  os guias DK Eyewitness Travel, são extremamente completos, têm sempre versões atualizadas e trazem um mapa. O preço ronda os 10-15€ e adquiro-os no ebay ou na amazon pois ficam muito mais baratos que os comprados cá em português da American Express e que rondam os 25€. Além de nos fornecer uma grande quantidade de informação sobre o local, também acaba por servir de recordação. Adquirir um guia não invalida a consulta de sites/blogs de viagem pois a informação destes acaba por ser mais pessoal. O ideal é a conjugação dos dois.

06. Visitas

Sou uma viajante que gosta de ver tudo o que o tempo permitir. Por isso, não costumo hesitar na hora de comprar cartões de acesso a museus e monumentos, os habituais “city cards”, que algumas cidades disponibilizam e que acabam por compensar relativamente aos bilhetes comprados individualmente.

Mostram-se bastante vantajosos uma vez que quase sempre dão acesso prioritário aos museus incluídos, não sendo necessário esperar na fila comum. Estes cartões normalmente também incluem bilhete de transporte público ilimitado que pode ser utilizado gratuitamente durante a validade do cartão.

Quando não existem estes cartões, vejo se existe algum horário/dia da semana gratuito para determinadas atrações (em Madrid, por exemplo, isso acontece na maioria dos museus). Há que verificar se o valor pago por estes cartões compensará relativamente àquilo que se pretende visitar e ao tempo que se tem, pois nem sempre vale a pena, principalmente quando não se quer entrar em muitos museus/monumentos e quando aquilo que se pretende visitar é gratuito, ou por exemplo quando se tem pouco tempo. Optando por comprar um passe o melhor é deixar os monumentos gratuitos para o fim da validade do mesmo.

07. Transportes

Fazer viagens s baratas implica andar a pé! Quando visito algum local ando muito a pé (já cheguei a fazer mais de 20 km num só dia) mas isso não quer dizer que, mesmo assim, não compense comprar o bilhete diário de metro/autocarro principalmente em grandes cidades onde se leva muito tempo a chegar de um a outro ponto, até porque o alojamento escolhido pode não ser muito central.

O meu meio de transporte preferido é o metro: de metro é mais simples controlar as paragens e as distâncias e é mais rápido que o autocarro, por isso é meu hábito comprar bilhetes diários ou para vários dias, excetuando quando estes estão incluídos nos tais cartões de que falei anteriormente, ou quando sei que naquele dia vou fazer apenas uma ou duas viagens.

A utilização do táxi deve ser evitada a não ser que exista a certeza que compensa (dividindo o valor por várias pessoas, por exemplo), pois além de ser extremamente caro, pode dar-se o caso de, nalguns locais, poder ser enganado. Se viajares de táxi o melhor mesmo é perguntar antecipadamente por quanto ficará o serviço. O Uber poderá ser também ser uma boa alternativa, porque para além de ser mais barato que o táxi permite-nos saber na hora o custo aproximado da deslocação.

08. Alimentação

Conforme referi anteriormente quando escrevi sobre a cozinha no hostel, é raro ir comer “fora”. Procuro um supermercado e compro o necessário para preparar as refeições. Além de se poupar muito dinheiro, come-se melhor e (no meu caso) de forma mais saudável.

Como por norma saio cedo do hostel para descobrir a cidade, ou levo umas “sandocas” para o almoço, frutas e snacks para ir petiscando ou então venho comer a “casa” e retomo a visita depois do almoço. Se levares o almoço contigo, não exageres nas quantidades para não levares muito peso e consequentemente ficar um dia mais cansativo. Evita refrigerantes e bebidas energéticas optando por água para hidratar e café para revitalizar (preparar café no hostel em vez de beber na rua também pode ajudar a poupar uns bons trocos).

Comer em esplanadas, bares/restaurantes de museus ou atrações turísticas e restaurantes sem preço à mostra podem ser uma desagradável surpresa no momento de pagar.

Mas, saborear a gastronomia local também faz parte da experiência. Normalmente, antes de cada viagem, pesquiso restaurantes com uma boa relação qualidade-preço, tendo como auxílio a avaliação dada, por exemplo, pelo TripAdvisor. A maior parte das vezes os melhores restaurantes para se degustar a gastronomia local não se encontram nas esplanadas dos restaurantes situados nas principais praças e ruas apinhadas de turistas mas sim em sítios mais recatados, por isso é que é importante procurar antes de ir.

Vê também o guia de como comer bem e barato em qualquer lado, onde explico como faço!

E pronto, agora já sabes como fazer viagens baratas! Basta apenas algum trabalho prévio de pesquisa e planeamento para se desfrutar de uma excelente viagem sem gastar uma fortuna!

Boas viagens!

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2 comentários

  1. Se há viagem que fiz com pouco dinheiro foi a de Budapeste. E, apesar disso, foi a melhor viagem de todas, até agora. 🙂 Nunca gasto dinheiro em transportes e adoro fazer tudo a pé. Sem dúvida que essa é a melhor maneira de poupar!

    1. É isso mesmo, andar a pé é a melhor forma de conhecer o sítio. Todas as viagens que fiz foram com orçamento reduzido e todas elas me marcaram de uma forma ou de outra. Prefiro assim, gastar pouco e fazer muitas 🙂

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