Nestes 3 dias passados na cidade com mais pontes do mundo, muitas foram as surpresas. Apesar de ser uma das maiores e mais populosas cidades da Alemanha o espírito que aqui se vive faz-nos esquecer esses factos parecendo, muitas vezes, que estamos numa pequena cidade. Fica a saber mais sobre Hamburgo e o que visitar em 3 dias.
Banhada pelos rios Elba e Alster, Hamburgo é a 2ª maior cidade da Alemanha e detentora do maior porto deste país. Com mais de 4 milhões de habitantes, ganhou em 2011 o prémio European Green Capital cumprindo altos padrões ambientais de modo a melhorar a qualidade de vida e a diminuir as emissões de carbono.
Hamburgo: o que visitar em 3 dias – dia 01
Planten un Blomen, Rathaus e Reeperbahn
Chegámos num sábado por volta da hora do almoço e após deixar as malas no hostel B8 (que já não existe), fomos até ao maior parque da cidade, o Planten un Blomen. A entrada é gratuita e é conhecido pelos seus espectáculos de água e luz que decorrem de Maio a Agosto, todos os dias às 22h e em Setembro às 21h.
Mas não só, os seus jardins enchem o olho de quem os contempla e fazem-nos viajar do Mediterrâneo ao Japão através da diversidade de espécies que aqui se encontram. Um dos locais que mais gostei foi o jardim japonês com a sua casa de chá, o maior jardim japonês da Europa.
Não deixes de visitar também o jardim das rosas com mais de 300 tipos de rosas, as quedas de água e a estufa com plantas da mais diversas zonas climáticas.
Neste dia muitas pessoas aproveitam para relaxar e fazer piqueniques nas margens dos lagos, enquanto as crianças brincam alegremente na relva e no parque infantil. Aqui é possível passear calmamente e desfrutar da beleza da natureza enquanto “lá fora” a cidade continua frenética e imparável.
Daqui seguimos para o coração da cidade, o Rathausmarkt, a praça em frente ao Rathaus, utilizada para as mais diversas atividades ao longo do ano. Neste dia estavam a decorrer concertos de rock e punk. Nesta praça é possível contemplar o edifício palaciano da Câmara Municipal (Rathaus) construído entre 1886 e 1897 em estilo Neo-renascentista cujo portal, na base da enorme torre, é adornado com esculturas de 20 imperadores.
Junto a esta praça encontram-se as Arcadas do Alster (Alsterarkaden) de estilo veneziano ao longo do Kleine Alster, que acolhem as mais luxuosas lojas e os mais requintados restaurantes e cafés de Hamburgo. Do lado do lago podemos apreciar a sua bela paisagem rodeada dos mais imponentes edifícios da cidade.
À noite visitámos um dos bairros mais famosos da Alemanha (St Pauli) graças à sua Reeperbahn, a red-light district de Hamburgo, um local a não perder. É uma das zonas mais alternativas da Europa e há até quem lhe chame “o quilómetro mais pecaminoso do mundo” onde além de sex-shops, encontramos todo o tipo de bares, lojas de cariz bizarro, cinema para adultos, casinos, casas de alterne, clubes de strip, teatros e até 2 palcos em cada uma das pontas da rua que animam a noite nesta zona. A prostituição é bem visível nesta rua e as mulheres semi-nuas convidam quem passa a entrar nos clubes cujo interior se encontra oculto aos olhos dos transeuntes, aguçando ainda mais a curiosidade.
Hamburgo: o que visitar em 3 dias – dia 02
Landungsbrücken, Porto de Hamburgo, barcos e igrejas
Começámos de manhã pelo imperdível Porto de Hamburgo (Hafencity). É “uma cidade dentro de uma cidade” que cresce vertiginosamente e que se prevê que faça aumentar Hamburgo em cerca de 40% até 2030.
Por aqui pode-se dar um agradável passeio a pé pela Landungsbrücken (pontão flutuante e suas pontes) ou apanhar um barco e fazer um tour com guia pelo porto. A viagem dura cerca de 1 hora e o bilhete mais barato custa 13€. Durante o passeio podemos ver o excêntrico edifício da Elbephilharmonic com as suas ondas, os enormes navios e os terminais de contentores, bem como descobrir factos interessantes sobre os pontos turísticos de Hamburgo.
Ao longo da marginal é possível visitar os barcos-museu Rickmer Rickmers e Cap San Diego (maior barco-museu do mundo).
A tarde foi dedicada às igrejas. Fomos primeiro até à mais famosa igreja de Hamburgo: St Michaelis. Construída e destruída várias vezes é dedicada a S. Miguel Arcanjo como se pode constatar logo na entrada principal pela magnífica estátua desta figura com os seus pés sobre Satanás, mostrando o seu triunfo perante o mal. No interior da igreja destaca-se o elegante púlpito feito de mármore e o relicário. Por 5€ é possível visitar a torre com mais de 130 metros onde se pode desfrutar de uma vista deslumbrante sobre a cidade como de resto acontece nas restantes principais igrejas.
De seguida fomos até St Petri. A data da sua edificação remonta ao século XI fazendo desta a igreja mais antiga de Hamburgo. Em 1842 abateu-se sobre a cidade um grande incêndio e parte desta foi consumida pelo fogo tendo restado apenas algumas paredes. No entanto, a peça mais importante que então havia no local sobreviveu até aos dias de hoje, trata-se da icónica cabeça de leão em bronze, símbolo de Hamburgo e a mais antiga peça de arte da cidade que embeleza a porta esquerda da entrada principal. Também é possível subir ao topo da torre desta igreja com 133 metros por apenas 3€. Prepara-te para os estreitos 544 degraus que te levam até ao topo onde a vista fará com que digas que valeu a pena o esforço.
Já com o dia a terminar ainda deu para visitar o Memorial St Nicolai. Esta igreja com mais de 800 anos que inicialmente era apenas uma pequena capela, transformou-se em ruínas devido aos fortes bombardeamentos de que foi vítima em 1943 durante a 2ª Guerra Mundial e assim ficou até aos dias de hoje para que ninguém esqueça os terríveis acontecimentos que marcaram essa época.
No local é possível ver algumas fotografias de como era este edifício antes da sua destruição e contemplar algumas esculturas em memória dos que perderam a vida nesse trágico acontecimento. Aqui existe também um museu e é possível subir a torre através de um elevador envidraçado. É um local bastante impressionante que não dispensa uma visita nem que seja apenas por fora.
Hamburgo: o que visitar em 3 dias – dia 03
Submarino russo, Altona e Dockland (dia 3)
Depois de visitar a igreja gótica de St Jacobi e contemplar o seu belo órgão que até foi tocado por Johann Sebastian Bach, perdemo-nos pelas ruas de Hamburgo sem destino, apenas vagueando pela cidade.
À tarde fomos até ao U-434, um submarino russo construído em 1976 e utilizado como espião para operações secretas no território dos Estados Unidos da América. Hoje a funcionar como um museu é possível entrar no mesmo e descobrir como se vivia lá dentro. É incrível como as temperaturas se tornavam tão elevadas no seu interior sendo que a temperatura normal era de 40º mas poderia chegar aos 60º. Chega a ser um pouco claustrofóbico ainda mais se imaginarmos que estamos debaixo de água. A maior sala do submarino é a sala do torpedo e poderiam ser carregados a bordo até 24 torpedos. A visita dura aproximadamente 45 minutos e custa 9€.
Afastando-nos um pouco do centro da cidade, dirigimo-nos até ao bairro de Altona que faz parte de Hamburgo desde 1937 e que antes era uma cidade independente. Por isso, muitos dos residentes consideram-se, ainda hoje, habitantes apenas de Altona e não de Hamburgo. Neste local é de destacar o jardim em frente ao Rathaus (Câmara Municipal) , a própria Rathaus e a Dockland junto ao Altonaer Balkon.
O Altonaer Balkon é um parque ao longo do rio Elba onde turistas e locais aproveitam para descansar nos bancos, outros para andar de bicicleta, correr ou simplesmente desfrutar das melhores vistas sobre a cidade. Se queres apreciar melhor o porto de Hamburgo e ver de perto os enormes navios navegando sobre o rio, sobe ao topo do Dockland, um moderno edifício de escritórios facilmente identificável pelas suas modernas formas, com uma inclinação de 66º fazendo lembrar um barco.
No final do dia aproveitámos para provar as famosas e deliciosas salsichas grelhadas e assim nos despedimos de Hamburgo!
Agora que já sabes mais alguma coisa sobre Hamburgo e o que visitar, aproveita para dar um salto até Berlim!